Fazenda Santa Cruz: antigo Curral dos Frades

Os povos originários da região chamavam Santa Cruz de Piracema (terra de muitos peixes).

Fazenda Imperial retratada por Maria Graham, em 1823.

No cenário histórico, a Fazenda Jesuítica de Santa Cruz, remonta ainda às primeiras sesmarias (originalmente Sesmaria de Guaratiba) e o que seria a sede da Fazenda começou a se desenvolver quando Cristóvão Monteiro – primeiro ouvidor do Rio de Janeiro – recebeu as terras por bonificação de seu sucesso na luta ao lado de Mem de Sá para a expulsão dos franceses do Rio de Janeiro.

Após a morte de Cristóvão Monteiro, sua viúva Dona Marquesa Ferreira doou as terras aos Jesuítas, em 1859. E por meio de permutas, doações e aquisições os Jesuítas expandiram seu patrimônio até a Serra do Piloto, chegando a região de Vassouras. Nesta época, as terras eram popularmente chamada de “Curral dos Padres”.

Extensão territorial da Fazenda Santa Cruz, retratada por Teixeira de Albernaz. Século XVII, ainda chamada de Curral dos Padres.

Em 1759, a pedido da Corte, Marques de Pombal expulsa os Jesuítas do Brasil e as terras da Fazenda Santa Cruz passam a pertencer a Coroa Portuguesa. Apesar de próspera na produção agroindustrial, a fazenda sofre com as mudanças administrativas, mas mantém seu local de destaque como a mais próspera dentre as Colônias Portuguesas, recebendo o apelido de “Jóia da Coroa”.

Gravura com vista da Fazenda Imperial de Santa Cruz feita, em 1848, por seu superintendente Conrado Jacob Niemeyer, parte do acervo do Arquivo Nacional

Com a chegada da Família Real ao Brasil, em 1808, a Fazenda Santa Cruz recebe novamente destaque, sendo escolhida como casa de veraneio da Família Imperial.

Pois, quando o Rio de Janeiro ainda era a capital do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, a Família Real escolheu a 11 léguas de distância da região central da cidade, fazer da sede da Fazenda em Santa Cruz, o seu primeiro Palácio de Veraneio em terras brasileiras.